quinta-feira, 26 de abril de 2012

Qual é a maior dor?

                
 Você já pensou nisso?  Um jovem deixou um bilhete aos familiares, pouco antes de cometer suicídio, e expressou no papel o que estava sentindo.  Disse ele que a maior dor na vida não é morrer, mas ser ignorado.  É perder alguém que nos amava e que deixou de se importar conosco. É ser deixado de lado por quem tanto nos apoiava e constatar que esse é o resultado da nossa negligência.  A maior dor na vida não é morrer, mas ser esquecido. É ficar sem um cumprimento após uma grande conquista. É não ter um amigo telefonando só para dizer "olá".  É ver a indiferença num rosto quando abrimos nosso coração.  O que muito dói na vida é ver aqueles que foram nossos amigos, sempre muito ocupados quando precisamos de alguém para nos consolar e nos ajudar a reerguer o nosso ânimo.  É quando parece que nas aflições estamos sozinhos com as nossas tristezas.  Muitas dores nos afetam, mas isso pode parecer mais leve quando alguém nos dá atenção.  É bem possível que esse jovem tenha tido seus motivos para escrever o que escreveu.  Todavia, em nenhum momento deve ter pensado naqueles que o rodeavam.  Se pudesse sentir a dor de um coração de mãe dilacerado ante o corpo sem vida do filho amado...  Se pudesse experimentar o sofrimento de um pai que tenta, em vão, saber do filho morto o que o levou a tamanho desatino...  Se sentisse o desespero de um irmão que busca resposta nos lábios imóveis do ser que lhe compartilhou a infância...  Se pudesse suportar, ainda que por instantes, a dor de um amigo sincero a contemplar seus lábios emudecidos no caixão, certamente mudaria seu conceito sobre a maior dor. Se você pensa que está passando pela maior dor que alguém pode experimentar, considere o seguinte:  Uma mãe que chora sobre o corpo do filho querido que foi alvo das bombas assassinas, em nome das guerras frias e cruéis.  Uma criança debruçada sobre o corpo inerte da mãe atingida por granadas mortíferas.  Um órfão de guerra que é obrigado a empunhar as mesmas armas que aniquilaram seus pais...  Um pai de família que assiste o assassinato dos seus, de mãos amarradas.  Enfim, pense um pouco nessas outras dores...  Pense um pouco nos tantos corações que sofrem dores mais amargas que as suas.  E se ainda assim você estiver certo de que a sua dor é maior, lembre-se daquela mãe que um dia assistiu a crucificação do filho inocente, sem poder fazer nada.  Lembre-se também daquele que suportou a cruz do martírio mas não perdeu a confiança no pai, que tudo sabe.  E se ainda assim você achar que é o maior dos sofredores, considere que talvez o egoísmo esteja prejudicando a sua visão.  Pense nisso!  Descobrir qual é a maior dor, é muito difícil.  Mas a maior decepção é fácil de deduzir.  É a daqueles que se suicidam pensando que extinguirão a vida e com ela todos os problemas.  Esses saem do corpo, mas, indubitavelmente, não saem da vida e, muito menos, acabam com os problemas.  Portando, por mais difícil que esteja a situação, nunca vale a pena buscar essa porta falsa, chamada suicídio.  É importante lembrar sempre:  por mais escura e longa que seja a noite, o sol sempre volta a brilhar.  E por mais que pensemos estar na solidão, temos sempre conosco um amigo fiel e dedicado que jamais nos abandona: o Meigo Rabi da Galiléia.

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